sábado, 1 de maio de 2010

SEM CRIATIVIDADE, SEM TÍTULO...




Desde pequenos somos forçados a ser uma coisa que vai contra a nossa natureza. O homem nasceu para ser livre. Voar sem saber onde vai chegar. Aloprar, correr alucinado com as pernas batendo na nuca e o joelho no queixo, como se estivesse fugindo de uma onda gigante. Ou para uma onda gigante com uma prancha de surfe nas mãos, doido para cair nas águas geladas e poluídas das praias do Rio.
Quando pequenos, uma mulher que chamamos de mãe, está sempre por perto nos forçando a ser certinhos e fazer o contrário do que queremos. Sempre que fazia algo que ela não achava certo ouvia aquela voz: “Não corra na rua menino”, “Junte esses brinquedos”, “Não puxe o cabelo dela”, “Desce logo do pé de goiaba da vizinha”, “Não faz isso. Não faz aquilo”. Apesar de amarmos, odiamos. Elas sempre querendo mudar quem somos.
Aí crescemos. Arranjamos emprego, namorada e pensamos: ”Já sou adulto, livre. Posso fazer o que quiser”. E quando penso que não, vem uma voz com a mesma suavidade agressiva que ouvia quando pequeno: “Junte essas roupas espalhadas pela casa”, “Para de olhar para aquela bunda que passou (PLAFT. Ai amor, isso dói)”, “Não pode amor. Tire essa mão daí!”.
Sejam no papel de mães, de namoradas ou de esposas, elas são as mesmas. Um dia foram namoradas, esposas e serão mães. Elas nunca mudam. Querem nos privar dos pensamentos mais loucos, das realizações mais insanas.
Mas uma coisa é certa, independente do poder que pensam que exercem sobre nós, são elas que fazem da nossa vida uma tempestade em copo de água maravilha.

Lipe