sábado, 1 de maio de 2010

SEM CRIATIVIDADE, SEM TÍTULO...




Desde pequenos somos forçados a ser uma coisa que vai contra a nossa natureza. O homem nasceu para ser livre. Voar sem saber onde vai chegar. Aloprar, correr alucinado com as pernas batendo na nuca e o joelho no queixo, como se estivesse fugindo de uma onda gigante. Ou para uma onda gigante com uma prancha de surfe nas mãos, doido para cair nas águas geladas e poluídas das praias do Rio.
Quando pequenos, uma mulher que chamamos de mãe, está sempre por perto nos forçando a ser certinhos e fazer o contrário do que queremos. Sempre que fazia algo que ela não achava certo ouvia aquela voz: “Não corra na rua menino”, “Junte esses brinquedos”, “Não puxe o cabelo dela”, “Desce logo do pé de goiaba da vizinha”, “Não faz isso. Não faz aquilo”. Apesar de amarmos, odiamos. Elas sempre querendo mudar quem somos.
Aí crescemos. Arranjamos emprego, namorada e pensamos: ”Já sou adulto, livre. Posso fazer o que quiser”. E quando penso que não, vem uma voz com a mesma suavidade agressiva que ouvia quando pequeno: “Junte essas roupas espalhadas pela casa”, “Para de olhar para aquela bunda que passou (PLAFT. Ai amor, isso dói)”, “Não pode amor. Tire essa mão daí!”.
Sejam no papel de mães, de namoradas ou de esposas, elas são as mesmas. Um dia foram namoradas, esposas e serão mães. Elas nunca mudam. Querem nos privar dos pensamentos mais loucos, das realizações mais insanas.
Mas uma coisa é certa, independente do poder que pensam que exercem sobre nós, são elas que fazem da nossa vida uma tempestade em copo de água maravilha.

Lipe

sexta-feira, 16 de abril de 2010

MUSICA

"Littlest Things"

Sometimes I find myself sittin' back and reminiscing
Especially when I have to watch other people kissin'
And I remember when you started callin' me your miss's
All the play fightin', all the flirtatious disses
I'd tell you sad stories about my childhood
I don't why I trusted you but I knew that I could
We'd spend the whole weekend lying in our own dirt
I was just so happy in your boxers and your t-shirt

[Chorus]

Dreams, Dreams
Of when we had just started things
Dreams of you and me
It seems, It seems
That I can't shake those memories
I wonder if you have the same dreams too.

The littlest things that take me there

I know it sounds lame but its so true
I know its not right, but it seems unfair
That the things are reminding me of you
Sometimes I wish we could just pretend
Even if only for one weekend
So come on, Tell me
Is this the end?

Drinkin' tea in bed

Watching DVD's
When I discovered all your dirty grotty magazines
You take me out shopping and all we'd buy is trainers
As if we ever needed anything to entertain us
the first time that you introduced me to your friends
and you could tell I was nervous, so you held my hand
when I was feeling down, you made that face you do
There's no one in the world that could replace you

[Chorus]

Dreams, Dreams
Of when we had just started things
Dreams of me and you
It seems, It seems
That I can't shake those memories
I wonder if you feel the same way too

The littlest things that take me there

I know it sounds lame but its so true
I know its not right, but it seems unfair
That the things reminding me of you
Sometimes I wish we could just pretend
Even if only for one weekend
So come on, Tell me
Is this the end? 
 
                                                                    (Lily Allen)

É o que também está na  minha mente neste momento. Sonhos. Antigos sonhos esquecidos.

Por Eliakim Abner

sexta-feira, 2 de abril de 2010

COTIDIANO

  Ao amanhecer

Depois de um longo e aproveitado tempo acordado olhando pra ela dormindo, com seus cabelos onduladas e seu rosto amassado em meu braço, ela acordou com aquele sorriso que me prendeu aquela cama por tanto tempo e me prenderia ainda pelo tempo que ela assim quisesse.

Ela - Oi!? Já acordado, que horas são? O que está fazendo?
Eu -                       Você é simplesmente maravilhosa.

 Neste momento ela se ajeita melhor levantado a cabeça e apoiando em seu cotovelo e me olhando com aqueles olhos surreais e desafiadores, que também faziam parte do pacote "maravilhosa por completo", e me questionando diz;

Ela - "Maravilhosa ?"Como assim "maravilhosa"?O que eu fiz? Onde que eu sou assim ..."maravilhosa"?

 Ai eu paro fechando um pouco os olhos, imaginando todos os momentos maravilhosos, os sorrisos, os gritos, as mãos dadas, as noites juntos, os dias rindo, alguns chorando, outros observando como agora a pouco e digo, me concentrando bem nos olhos de criança/mulher travessa deitada bem ao meu lado [ lembra daquele comercial da criança no super mercado pedindo chicória? esse olhos.] e digo;

Eu - Você é maravilhosa na cama e no quarto,
                     em cima e de baixo do edredom.
       Na porta do guarda-roupas e no chão do banheiro.
  Você é maravilhosa na cozinha,
                                                                                           na pia e pelos armários,
                     e na mesa e com a panela pegando fogo no fogão,
e também com a geladeira degelando; aberta.
                                                            Maravilhosa na sala
              e no tapete fazendo as unhas com um dos pés imerso em água.
                                                             Maravilhosa contrariada.
              Maravilhosa cantarolando suas musiquinhas.
                                                                   Lendo e fazendo suas coisas.
           Parada, inerte.
                     Maravilhosa maravilhosa.
                                                                                          Simplesmente isso... Dormiu???

Por Eliakim Abner

sábado, 27 de março de 2010

SOBRE A MUDANÇA DO MUNDO

Doze ou mais passos para a mudança do mundo

Lá estava eu em mais uma reunião tediosa que para mim a única funcionalidade era extrair ainda mais do funcionário, que ja não tinha de onde tirar energia. 
Ai começou o Engenheiro de Processos falando de mudanças na nossa forma de ver as coisas na empresa. Dizendo que as coisas deveriam ser melhoradas, que a produção estava alta, que era realmente preciso a ajuda de todos, mas, que primeiro era preciso uma mudança pessoal. E discorreu sobre a teoria da mudança do mundo.
 Antes de sair por ai tentando mudar as coisas que achamos que devem ser mudadas, deveríamos nos concentrar nas nossas coisas e nas coisas que compõe nossa vida. Ele sugeriu antes de mudar o mundo e as coisas complicadas dele, que primeiro desafiássemos a mudar nós mesmo.Ele nos culpou de cobrar tanto e oferecer pouca ou quase nenhuma solução das coisas que queremos.
 Hoje eu comecei a  mudar o mundo. O meu mundo. Mas acordei um pouco tarde. Já se passavam das 12 horas e o sol adentrava livremente pela minha janela.
 Comecei pelo cesto de roupas sujas. Liguei a maquina de lavar, liguei a bomba d'água, pus água na caixa.
Organizei alguns livros que estive lendo durante a semana e também algumas revistas de surf espalhadas pelo quarto. Arrumei a roupa de cama. Abri o guarda-roupas, coloquei camisas que apesar de limpas estavam espalhadas no sofá, no cabideiro. Guardei duas calças e quando ia partir para as gavetas desisti, tamanho o trabalho que teria ali. Parei com o quarto.
 Lavei a louça, pendurei a roupa que estava na maquina, mas pulei a sala e fingi que as folhas no quintal eram  adornos do ambiente.
 Sai para almoçar com um amigo. Fim de semana não era dia de ficar dourando a barriga no fogão e afinal de contas eu também não sou habilitado para tal pilotagem.
 Quando voltei me empenhei em dar um reparo no meu longboard californiano. Depois de desmonta-lo por completo, lava-lo, lubrificar seus rolamentos, remonta-lo e estalar uma proteção nas partes dianteiras e traseiras do shaper fiquei exausto. Uma das proteções não ficou simétrica e a meu gosto. Eu prometi que em um outro momento a trocaria...ou quando ela caísse.
 Bem , depois de um dia inteiro tentando mudar "o mundo", percebi como é fácil cobrar os resultados dos outros e lhe apontar os erros, mas, fazer a diferença é algo realmente difícil e invejo quem o faz todos os dia.
Não desisto aqui do meu intento, mas constato que é preciso um pouco mais de empenho e dedicação pra mergulhar de cabeça em uma gaveta bagunçada e, muito mais disso em um mundo inteirinho.


Passos:
Arrumar uma gaveta;



Por Eliakim Abner

domingo, 21 de março de 2010

MÚSICA

  Pérola Negra

Tente passar pelo que estou passando
Tente apagar este teu novo engano
Tente me amar pois estou de amando
Baby, te amo, bem sei que te amo

Tente usar a roupa que eu estou usando
Tente esquecer em que ano estamos
Arranje algum sangue, escreva num pano
Pérola Negra, te amo, te amo

Rasgue a camisa, enxugue meu pranto
Como prova de amor mostre teu novo canto
Escreva num quadro em palavras gigantes
Pérola Negra, te amo, te amo

Tente entender tudo mais sobre o sexo
Peça meu livro querendo eu te empresto
Se intere da coisa sem haver engano

Por Eliakim Abner, depois de Luiz Melodia

domingo, 7 de março de 2010

De A à Z!


Amargas bebedeiras

Cai da escada flutuante. Garimpei helicópteros imensos. Jantares localizados matematicamente no Oriente. Por que rua seguirei? Talvez um vasto xisto zangado.



Antigas brincadeiras


Crianças dóceis, enquanto fazem gargalhar humanos insensíveis, juntos lêem muitos novos olhares. Pequenos, querendo raramente sair, tendo uma vazia xícara zebrada.



As bêbadas


Carreguei dezenas. Em força ganhei. Hoje, inúmeras jovens largadas, mas nunca ouvi palavras que realmente serviriam. Ta um verdadeiro xadrez zaralhado.



Atenção! Bonecas caranguejeiras

Durante este fim gelado, habitantes infláveis jamais lamentaram mesmice, nem outras porcarias que rodeiam seus telhados úmidos. Voariam xales zepelins?

Lipe